segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Berlusconi




Berlusconi, veja o que é um crime político.



Aprendeu, né neguinho?

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Battisti.

Engraçado como os papéis se 'invertem' ou pelo menos se enlaçam pra desvirtuar tudo. E eu nem digo pelo fato do STF querer ocupar uma posição que é do Executivo. Eu falo do fato do guardião(é até engraçado dizer isso) da Carta Magna se passar por esse papelzinho feio de querer distorcer tudo, passando por cima da própria de acordo com seus interesses, promovendo uma antinomia prática, por assim dizer. Nota-se o quanto esse alto nível de valoração procedimental em detrimento dos interesses e dos valores sociais é leviano. E o quanto nós como sociedade, povo, soberano, somos vulneráveis aos procedimentos. Eu nunca, nunca consegui entender bem como nós, enquanto povo(em sua imensa maioria), vemos tudo acontecer como se fossémos meros expectadores, ou como se simplesmente os membros do congresso e cia estivessem ali pra nos fazerem um favor. Quando não, não, nunca paramos pra pensar que peraí? o povo é soberano e esse bando de alma tá ali pra defender os NOSSOS interesses, do NOSSO território, do NOSSO país. Não somos nós que temos que baixar a cabeça pro que eles dizem, eles que tem que agir de acordo com o nosso propósito. E isso é tão óbvio que nos cega. Um exemplo tão prático do quanto a democracia é 'insustentável' ou pelo menos ineficaz, enfim, uma prova de que ela é lindissima na teoria mas inconsistente na prática tá no processo legislativo. O processo pra que haja uma lei de iniciativa popular é tão exigente, que hoje só existem três, três leis desse tipo, como a de crimes hediondos que rolou com a morte de Daniela Perez, no mínimo porque a Globo caiu de pau.

Eu não consigo visualizar perfeitamente (ou eu não quero?) o porque do STF querer tanto (será o fato dos nossos ministros estarem vinculados a mafia italiana? aos facistas ainda existentes na direita de lá? hahahahaha) extraditar Battist. É de fato uma verdadeira e insutentável contradição, ao passo que ninguem nunca se manifestou contra os guerrilheiros bolivianos que aqui estão refugiados. E a única diferença é o alvo de cada um deles. (Evo Morales x Direita italiana). É tão vulgar a afirmação de que não é um crime político e sim um crime comum que isso nem deveria ser discutido. O tipo penal será sempre o mesmo, mas a diferença está na atmosfera que impulsionou o indivíduo a praticar o delito, não tem como promover essa descaracterização.

Apesar disso, acho que Lula têm se posicionado de forma firme, e acredito que ele não vá ceder as chantagens baratas de uma suposta crise diplomática, essa ameaça fere demais a soberania do Brasil. De fato, é uma questão pra se abrir(ainda mais) e mais do que nunca, os olhos. Porque isso tudo é um retrato explícito, claro, do quanto essa valoração da instrumentalidade é frágil e repleta de falhas.

É preciso ainda deixar bem claro que, a questão não é defender ou não a pessoa de Battisti, está muito além disso, é muito mais sério do que isso. É defender ou não a NOSSA segurança jurídica. Existe uma regra, e ela nao pode ser burlada assim desse jeito, muito menos por quem deveria cuidar dela.
Entrevista de Tarso Genro

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Do baú

A história de João e Alice [Texto de 2006]

(Ele) abriu a geladeira.-"a saideira,pô!" pôs-se com um sorriso ébrio.
-"nããõ!"
-"porque?"(...)
-"hum.medo,querer,ter,uma saideira...até três...e depois? saudade é ressaca no coração,PORRA!"
-"masss..."
-"não,não,favor..."(...)
(ele:)ninguém ia desejar o mar,se só conhecesse a água doce. se felicidade não tivesse intervalos,seríamos capazes de encontrar tristeza nela!
(...)geladeira,garrafas,copos enfim...
Alice sentou-se,sorriu ao primeiro gole,sentiu João tatuar-se em si,ali,nela,em essência,pra sempre,sem começo,nem fim.sem-pre.(a história não tem fim.)

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

O conceito de Direito em Marx.

Relatório acerca da defesa de monografia de Ronaldo Bastos

O Direito como instrumento econômico e cultural
A idéia central é a de que o legado deixado por Marx não tem caráter meramente de 'pra fazer revolução', o entendimento de Marx é fundamental para que haja uma compreensão maior diante da sociedade e assim, um instrumento para modificá-la. Estudar o Marxismo não cabe apenas aos que se dizem socialistas e querem fazer revolução, por que então existiriam tantos reacionários que dedicam seus estudos a tais teorias? Ou seja, sua contribuição essencial é a de que, quando o jurista conhece o interesse social, ele argumenta melhor, de forma mais eficaz.
Como instrumento de legitimição para a dominação econômica e diante de seus múltiplos significados, há uma verdadeira dificuldade para estudá-lo. Direito objetivo(o do ordenamento jurídico), o Direito como ciência, o subjetivo, e incluvise, o Direito confundido com o sentido de justiça.
O Direito é cultural, visto que não está intimamente comprometido com a verdade (oque é verdade?) o Direito é argumentativo, e seu conceito é bem diferente do que se chama 'lei'. Encontrado no âmbito da retórica, é uma forma de controle social. (ou uma das mais importantes, eficientes formas - coercitivas - de controle social).
No que tange o Direito trabalhista, contrariando a imagem de que surgiu para defender os 'coitadinhos' dos proletários, existe a idéia do intuito de normatizar para manter o sistema capitalista, protegendo a sociedade burguesa, cristalizando as classes sociais e legalizando seus conflitos. Classes estas, e conflitos estes de crucial importância para a manutenção do sistema.
Em se tratando do engessamento de jurisprudências (súmulas vinculantes), há um verdadeiro dilema, pois o que a curto prazo pode proporcionar um desafogamento do judiciário, a longo prazo pode se revelar uma atrofia, visto que desta forma a sociedade evolui, e o judiciário não a acompanharia.
Em tese, o Marxismo não nos serve apenas como manual revolucionário, e sim, é também de vital importância para o método da teoria argumentativa.

domingo, 11 de outubro de 2009

A moça, a laranja, e a janela. 03/10/09 17:29

Parecia um domingo azul, mas era sábado.
Era tão azul que parecia domingo de um mês sagitariano.
E algo atraía a moça da laranja pra janela.
Não sei se era o azul, ou a vontade do domingo,
ou se era docemente saudade insaciável.
Nunca pensara contudo ser tão forte a força do pensamento,
só depois viu que era forte por aquilo em que pensava ser aquilo que sentia,
e sentia que o amava.
Amava sem saber oque era amor, não era tão pretensiosa assim.
Amava por que era o signo utilizado para definir vontades que se assemelhavam ás suas.
Amava e pensava no quanto ele era sensível,
e o quanto era leve e livre tudo que sentia,
e era tão despretensioso que poderia sentir pelo resto dos seus dias...e depois...
Pensava com tanta intensidade que não sabia se estava com os olhos para dentro ou fora de si, mas o via.
O avistou descendo sua rua,com sua áurea de tanta luz.
A moldura azul suficiente para provocar seu olhar poético sobre si mesma.
O amava em segredo, mas o céu imenso sabia.
E era de uma pureza improvável,
honesto como não caberia ser na sociedade enferma da modernidade.
Mas o amava, e o fazia com a força bruta dos jasmins.
Naquele sábado azul, o sol se pôs mais cedo.
E o céu alaranjado pariu a lua com muita pressa.
E a moça da laranja preferiu contemplar a rua e não a lua...

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Ensaios céticos

"Creio que em cada um de nós existe uma certa energia que deve encontrar expressão em ações não inspiradas pela razão, mas que pode exprimir-se na arte, no amor apaixonado, no ódio apaixonado, de acordo com as circunstâncias. A respeitabilidade, a regularidade e a rotina - as disciplinas de ferro fundido na sociedade industrial moderna - atrofiaram o impulso artístico e aprisionaram o amor de tal forma que ele não pode ser mais generoso, livre e criativo, mas sim sufocante e furtivo.
O controle foi aplicado a questões que deveriam ser livres, enquanto a inveja, a crueldade e o ódio disseminaram-se amplamente com a bênção de quase todos os bispos. Apenas uma grande dose de ceticismo pode rasgar os véus que escondem de nós essa verdade."
Bertrand Russel, Ensaios Céticos.

Como eu nunca mais escrevi, divido com vocês as coisas boas que leio. E as coisas boas que leio que falam por mim, exatamente como eu penso e desejaria escrever, porque escrever é dividir sentimentos, emprestá-los aos que se sentem encaixados naquelas palavras. É antes de tudo um ato de amor.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Soneto do Desmantelo Azul.


Então, pintei de azul os meus sapatos
por não poder de azul pintar as ruas,
depois, vesti meus gestos insensatos
e colori, as minhas mãos e as tuas.
Para extinguir em nós o azul ausente
e aprisionar no azul as coisas gratas,
enfim, nós derramamos simplesmente
azul sobre os vestidos e as gravatas.
E afogados em nós, nem nos lembramos
que no excesso que havia em nosso espaço
pudesse haver de azul também cansaço.
E perdidos de azul nos contemplamos
e vimos que entre nós nascia um sul
vertiginosamente azul. Azul.
Carlos Pena Filho

domingo, 6 de setembro de 2009

Cognição.

"Uma roda girando,sem sair do lugar.Produzindo o quê?
O vazio.Moto-contínuo.Funcionaria a vida inteira,sem parar.
A menos que alguém interropesse.Se ninguém impede,as coisas continuam,eternizadas.É preciso sempre intervenção,que alguém se interponha,se transforme em obstáculo à repetição."

Da sociedade:
o próprio termo sociedade já é por si mesmo muito intrigante,não o sentindo do dicionário,mas na prática,a sociedade funciona tanto quanto nossa tão idolatrada democracia,que na teoria funciona sem defeitos.
na prática,a sociedade é alguém que não se sabe quem,mas que é ao mesmo tempo todo mundo,que porém não somos nós.
sociedade é a filha do capitalismo,é ela que te diz qual deve ser tua linha de comportamento,e acima de tudo: agrade não a si mesmo,mas a ela! ser um marginalizado social é sofrer todas as suas consequências,e oseu principal aliado é o preconceito.

a mesma sociedade que impõe opiniões,mantêm uma postura democrática,que no entanto é avessa a qualquer tipo de mudança,a sociedade que preza pela "igualdade"(pausa para risos),é a mesa que ignora preconceituosamente o que é diferente.
sempre,é claro,em nome da "moral e dos bons costumes"(pausa para gargalhadas dessa vez),quando da atitude mais imoral consiste em distorcer atos naturalmente humanos em dissidências sociais.

mas o que é então a sociedade se não nós mesmos?
porque nos sentimos excluídos de algo que somos parte,que compomos?

mais um desses mistérios que são feitos para nunca serem contestados .

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Sartre e a angústia.

Quanta prepotência minha, entitular um texto como 'Sartre e a angústia', visto que eu nunca me dei o trabalho de ler o mesmo,(mentira, até tentei e achei um saco)no entanto, como a prepotência está inerente a existência humana, o título se faz válido.

Pra Sartre, todo ser humano passa pelo sentimento da angústia, que segundo ele é uma constatação da finitude do homem, e vai lá, tá certo mesmo, porque sinceramente uma hora a gente tem que cair na real de que não estamos no domínio de tudo.
A fenomenologia existencialista diz que só conhecemos o mundo por meio do contato com o outro...então é muito claro que nós não somos capazes de conhecer tudo, muito menos de ter o controle de tudo.
O mundo têm sua complexidade ridiculamente diminuída por nós: só existe vida inteligente na terra? mas porque diabos então existe um universo tão, mas tão grande? e o que é vida inteligente? pois é meus caros, pros que já se desesperam como eu com 'quem sou eu e onde estou' eu vos digo:o buraco é mais embaixo.
O nosso ponto de vista é o de seres mais evoluídos, superiores do que todos os outros, mas será que as formigas não pensam assim? elas nem sabem que nós existimos e podem muito bem se considerarem os seres supremos da terra e julgarem conhecer a tudo, como nós, e no entanto *plim!* cá estamos.
É mesmo muita prepotência nossa achar que num universo imenso, só nós somos dotados de racionalidade...mas o que é racionalidade? só existe uma racionalidade? quem faz uso da natureza de forma mais racional o homem branco e civilizado ou o índio?
Mas é, o fato é que somos previamente moldados e vivemos cercados de verdades incotestáveis: homem com mulher, casamento, filhos, trabalho, dinheiro, tecnologia...vivemos num ciclo pleno de conformismo e de uma alienação tão intensa que nunca paramos pra pensar: "peraí, isso tem mesmo que ser assim?" "eu vou casar porque sinto necessidade disso ou porque desde sempre foi assim e eu tenho que fazer igual?"
Se o modelo heterossexual monogâmico imposto é tão "natural e perfeito" porque o que não falta são casais infelizes que convivem com a infidelidade, ou homossexuais sofrendo com a homofobia?
A instituição do casamento está sim, fadada ao fracasso. E não sou eu quem estou dizendo isso.
Nunca paramos pra avaliar e notar que todos esses padrões instituídos são grandes e eficazes instrumentos de manipulação, são verdades feitas para nunca serem contestadas, aliás, são verdades feitas para nunca serem pensadas.
E é, pra mim, de onde provém tanta angústia e insatisfação do homem. É de onde provém a supervalorização do que não tem valor, e o esquecimento de coisas simples e tão fundamentais.

Ps: se fosse pra colocar uma imagem nesse post seria um cavalo, daqueles com viseira num olho, enxergando uma só direção.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Another flashing chance at bliss.

E ele veio.
como sempre havia de me chegar
era impressionante o modo com que se fazia notar
e eu já nem esperava.
há uns dias atrás ele povoava em meus sonhos
como o fazia agora.
ele veio, deitou-se do meu lado e se enfiou debaixo do meu cobertor, feito criança,cobrindo também a cabeça.
olhou pra mim, e eu, efusivamente(era como ele sempre me deixava) fui logo dizendo
- sonhei contigo.
aí ele começou a cantar:
'before you slip into unconsciousness, i'd like to have another kiss, another flashing chance at bliss, another kiss, another kiss...'
E quando eu começei a explodir por dentro ele fez:
- ah,eu prefiro...
'my immaculate dream, made of breath and skin...i've been waiting for you.signed with a home tattoo. happy birthday to you, was created for you...'
E naquele momento, até eu passei a preferir come undone a crystal ship.
Só pra que tudo,tudo dentro de mim explodisse, feito uma madrugada dessas sem fim,com garoa e muito vinho branco, com cadeiras de praia em cima de um telhado de um prédio antigo do centro da cidade.


Fatos e dados.

Agora diz, vê bem...existe um sistema num qual elegemos nossos representantes e toooda aquela baboseira puramente teórica. Agora diz, como é que num sistema que devia cuidar,no mínimo proteger o patrimônio estatal, simplesmente deputados e senadores buscam incessantemente 'queimar' a maior empresa do país, uma verdadeira mina de ouro diante do mundo (o petróleo dos EUA vai acabar em três anos) pra pura e simplesmente justificar uma privatização. Mas me diga mesmo porquê, meu povo? parece que eu tô vendo o discurso de que 'o Brasil não tem condições de manter a Petrobrás' como já dizem com a Amazônia.
Eu não sou a favor de que se encoberte as falcatruas da empresa não,mas eu acho que uma CPI não se instaura assim, tão simplesmente, e convenhamos, quem tem moral na câmara pra alguma coisa? poucos.
Enfim, em todo canto que eu vejo o esquema é: os de dentro protegendo o que é de dentro.
aqui é diferente.
E ainda declaro meu voto a favor da criação do blog oficial da Petrobrás, que publica entrevistas e dados em 'tempo real' como fuga das distorções da imprensa direitista. O endereço do blog é: http://www.blogspetrobras.com.br/fatosedados/


PS:as vezes eu acho que só escrevo baboseiras de amor nesse blog, vamos discutir coisas de gente grande de vez em quando? aceito críticas.(mentira, não aceito, o blog é meu eu escrevo o que eu quiser.)

terça-feira, 21 de julho de 2009

Branca é a luz.

[você fecha a porta, e joga a chave fora,você me rearranja até que eu fique são,existe alguém em minha cabeça que não sou eu.]

ela vinda, toda luz. 'franja na testa, escondendo o pensamento,que só pensava em mim'
jeans,all star. quando mais simples se vestia, mas bonita ficava, e mais ele prendia os olhares nela. um bar, dois copos, várias garrafas de cerveja barata, e um cigarro barato, numa rua barata, e um amor, mais barato ainda.


- eu sei tão pouco de tu, depois de alguns anos...e tu era tão perto de mim.
- ...
- em nenhum momento eu pude te esquecer,tu é muito do que eu sinto, do que eu sou.
muitos dos meus devaneios. tu é uma decadência, um caos, tão amável quanto o que eu desejo ser.
- err, xêu falar?
- não, não. sempre você, sempre...eu sempre te dando tudo o que eu sinto, do ódio, do ciúme, ao amor, ao calor mais quente da minha pele. , e você,sempre vocêa voz, a razão,vem, me toma, me tira do meu eixo, e depois? depois some.
- eu podia explicar...
- não! por acaso tu sabe que minhas flores todas murcham quando tu bate aquele portão? claro que não sabe, é só você dobrar a esquina que todas elas desabrocham de novo.
- sabe...eu vou voltar sempre, mas eu sempre tenho que partir, já que 'o mundo peder a flor quando esta desabrocha...'
- sabe porque eu te amo tanto? porque é ÓBVIO que você não é o melhor partido.
porque é muito claro que tu é mesmo um cafajeste.
porque cai bêbado e só cheira a cigarro.
porque eu não posso contar com a tua presença amanhã só porque te tenho hoje.
porque eu te amo incansavelmente e todo dia de um jeito deliciosamente diferente.
- se eu te explicasse, você não iria entender...era o fim de mais um ano, e pra mim? o começo de um talante que nunca teria fim, mas muitos intervalos, que só iriam fazê-lo dar cria. breve, breve, e intenso, feito o sol nascendo, você já viu o quanto é efêmero? mas eu nunca vi nada mais lindo, e quente, nada mais intenso a ponto de cobrir tudo ao redor e além...
- bateu na mesa. você bateu na mesa, quebrou o copo no chão e me deixou aqui, só. lembra? não, claro que não lembra, bebeu tanto, que não lembra. mas era eu,eu que você disse que sempre ia cuidar...
- era o meu jeito de te deixar, um jeito de você me odiar, e te deixar sem doer, pra você. por que de mim a dor seria inevitável.
-falhou. você pode tocar fogo na casa, rasgar meus vestidos, destruir tudo, tudo enfim...não adianta, eu te amo ,te quero, te desejo. e sempre vai ser assim, e nunca vai mudar. porque todas as vezes que você voltar, eu vou te abraçar com a minha alma, e do caos às pétalas, meu corpo inteiro vai se dedicar na tua vida, e minha pele, meus poros, meus beijos, te trarão pra perto de mim. tu és uma sensação boa e ruim da qual eu nunca vou, nem quero me desprender.

porque nós podemos chamar de paraíso.

[e saíram juntos, com as mãos de encontro...numa cidade com cheiro de mangue,banhados de talantes. e depois? eu ainda não vivi pra contar...ainda.]

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Cuspindo fogo.

hoje não. hoje eu quero me despir de tudo, de todos.tirar todo o pó, sem deixar ninguém debaixo do tapete.juntar todas as crises existenciais,os amores mal resolvidos,as meias furadas, tudo,tudo,tudo.faxinar bem o juízo, arejar o coração.é o difícil de ser sentimental. passa tanta gente e tanta coisa pelo músculo involuntário pulsante que ninguém lembra de arrumar a bagunça. hoje não. hoje eu sou puro egoísmo, hoje eu não fujo da dor: eu a provoco! só, e bem perto de mim, num encontro profundo e intenso.hoje eu não peço nada à ninguém, eu simplesmente tomo o que me competir.hoje eu sou uma noite sem fim de terça de carnaval, eu sou o caos.e ainda assim: sou só amores.

a janela tá aberta a casa é sua,pode morar...
ps: mas é de aluguel.e tenho dito. a escritura? NO WAY.

ps2: pra vanessa.me entende.

terça-feira, 7 de julho de 2009

É quando me vem o dia. o dia que me leva, todos os devaneios e desejos, as saudades mais bem quistas que a noite revelara, não há nada, nada que um poeta não resolva, e não há ninguém que nunca tenha se sentido intimimamente tocado por um.
Preciso não dormir, preciso não perder tudo de dentro de mim com o amanhecer. de dia tudo é tão real, e nenhum poeta ébrio de sono tem o mesmo desabrochar.
Durmo coberto com todos os meus pensamentos mais sublimes, os mais avassaladores, todas as letras e palavras bem guardadas, me afagando por dentro, num carinho imenso, de dentro pra fora,povoando minha cabeça, lavando meu coração.
E hoje? o que o sol me deu? só me levou, todos os amores, os desejos, e todas aquelas palavras que eu fui dormir guardando, guardando pra te dar de manhã. Foi tudo embora, como aquelas tais que te amam por toda a vida à noite inteira e te deixam de manhã sem bilhetes nem suspiros. Vai se tudo, tudo embora. A poesia é egoísta, ela não te espera. Ela vem, linda, amável, cheia de vontades e prazeres, mas se vai, da mesma forma que vem, e não espera por ninguém.
fui dormir pensando, guardando as palavras
as palavras que eu quis te dar de manhã.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

La belle de jour

Eu sou muito mais do que isso que você vê,
mais que pele, pelos,olhos, nariz, boca
sou feito de matéria metafísica
sou metáfora de repentista
eu sou o domingo que já nasce azul e quente
que já nasce pronto
eu sou olinda, das ladeiras, da saudade
das flores coloridas imersas nas saias balançando com o vento e com a descida da ladeira
o perfume de alfazema, o beijo doce da menina
as flores nos cabelos
os abraços inundados de saudade
eu sou o amor e amo tanto, que tenho saudade do que ainda não vivi
e mais ainda do que vivi,e morro de prazer ao saber que nunca deixarei de viver os domingos azuis
um batalhão inteiro de ébrios honrosos e amáveis poetas que dão mais de si do que o mundo é capaz de devolver que fazem de suas palavras uma doação, de parte do que se sente
de tudo que se sente
e que ainda acham pouco e inventam sentimentos e sentidos
e sentem pelos outros, o dos outros
eu sou luz! porque nunca vou me perder das tardes de domingos azuis
e nunca vou deixar de amar o mundo muito, muito mais que a mim.

ps: eu amo as pessoas.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Para ler ouvindo anos dourados, de chico,mas com betânia.

-...

-...

A gente roda, roda, e acaba sem assunto.

A gente se perde, cada um nos seus devaneios.

A gente se perde, e os nossos delírios se encontram, em algum ponto.

Tu vai de novo?
Não sei...

Nem eu quero saber. Eu já quis muito que você nunca fosse. Hoje eu entendo, e até quero que vá. desde que prometa um dia me deixar te olhando imaginando o que pensas, sem nunca conseguir adivinhar.

Eu prometo.

Na dúvida, o risco!

Sempre o risco, não me guardo, nem me privo...a humanidade inteira caminha pro caos, pra babilônia em chamas, pro apocalipse, e pior...acho isso tudo muito gostoso...

E quando me olha assim? quem te deu o direito de fazer tudo isso, que eu nem sei oque, só de me olhar?
quando me olha assim, de um jeito que eu nem sei, nem nunca saberia propor uma explicação,

quando faz esse silêncio que faz o maior barulho dentro de mim...

eu fico pensando, pensando nas coisas que esse silêncio me diz...


Ps: Chico, você é um gato, tem olhos lindos ,tá bem conservadinho e escreve super. mas eu prefiro um funk até o chão. tem dó. banha-te ó rosto em lágrimas. hahaha

Ps2: Esse blog parece livro de auto-ajuda pra mulher encalhada que 'ainda sonha em casar' como diz minha mãe à respeito da professora do meu irmão que eu espero não ter acesso à internet. HAHAHAHA

sábado, 2 de maio de 2009

Nunca mais a primavera.


-Eu quero alguém.
Alguém que me olhe com os olhos puros de ardor e de desejo
que deite suavemente meus cabelos sobre os lençóis
e que eu possa sorrir tão sinceramente quanto eu posso respirar,
e que em seguida eu vá embora sem nunca conseguir esquecer o cheiro daquelas paredes
me chamando praquele calor,
e aquela luz entrando pela brecha das cortinas amarelas cheirando à lavanda
E nem era primavera,
nunca mais será primavera.
Eu não tenho medo de nada.
Muita coisa me assusta, mas eu já não tenho medo de nada,
quando a gente não tem medo, a gente fica forte, e perde os motivos de ter medo.
Eu sou forte, não perco nada, e minto pro medo.
Que eu possa ir,e que a saudade nunca possa me assombrar
ainda que eu sonhe em voar,
e eu vou voltar.
Sem medo da saudade.
Nunca mais será primavera,
mas eu sempre vou ter aquela tarde e aquelas cortinas,
por que eu não tenho medo de nada,
nunca mais será primavera,


por que a primavera mora em mim,
e eu já nem moro mais em mim.






ps: eu até tento jogar lama, areia, grude, no amor, mas ele me persegue.

terça-feira, 17 de março de 2009

Nos ais.

Caríssimos,

por vezes sinto,
como se me perdesse de mim,
e ao sair pela madrugada
atravessar a ponte úmida da noite
e me deparar com os pescadores do cais,
me encontro
e me perco,
na luna,
e nos ais.

quarta-feira, 4 de março de 2009

Jorginho e sua vida enredo de rock fuleiro II


Prometi a mim mesma que só colocaria os pés neste recinto se fosse pra escrever
jorginho,só prometi porque sabia que lembraria fácil fácil dele.
Dedicado a
FRED CAJU,por todas as vezes que nos encontramos ele 'estar' jorginho,por ele ser muito jorginho,e por me pedir sempre pra reescrever jorginho,que havia morrido com o lombrasdavida.
ah,e por beber pitu em garrafa de picthulinha,tal qual tenho certeza que jorginho faria.



Jorginho só foi jorge augusto por duas vezes: na certidão de nascimento,e na de óbito.
'É jorginho,porra!' falava cuspindo pra quem queria ou não ouvir.
Perdeu-se a conta das vezes que levou pontos na cabeça ou engessou braços e pernas, sua mãe acreditava cegamente que tudo isso se dava devido ao fato de ter fumado quando grávida,bem capaz,dependendo do que ela tenha fumado então...
Enquanto isso jorginho ouvia sempre de seu pai 'jorge augusto,vai estudar pra vencer na vida!' e respondia de forma sagaz: 'vencer na vida,painho
? e é guerra é? nessa vida,eu quero é me perder!'
Era muito mesmo ovelha negra da família,enquanto seus irmãos se estapeavem por carrinhos e bolas de gude,ele passava tardes inteiras conversando com a janela da sala,sua vó quando via,faz depressa o sinal da cruz e exclama um 'misericórdia' que fazia jorginho quase morrer de tanto rir.
Jorginho nunca foi muito de estudar,seu negócio era mesmo com marx e freud,ele gostava muito de ir à escola,era divertido roubar o lanche de todo mundo,e se lhe pedissem um gole do seu refrigerante,ele dava uma boa cuspida dentro do copo e dizia sorrindo: 'toma!'
Ah,jorginho de chamar os palavrões mais cabeludos e quase enfartar vovó com isso,
de seduzir a empregada,
de cair bêbado na rua,
dos amigos loucos,
de casar-se cinco vezes e declarar com orgulho que todos os seus casamentos deram muito certo,mas que sempre foi caminhãozinho de menos para as areias alheias.
O sonho da vida de jorginho era ser dono de um SEBO,desses de livros usados, 'sebo meu filho? sonhe pelo menos em ter uma livraria!' seu pai não entendia,mas jorginho achava que livros lidos eram como mulheres já amadas,tinham mais 'experiência'...
Apesar de ébrio habitual,
porra-louca de porre,
não havia uma só pessoa que não amasse a jorge augusto,
era naturalmente apaixonante em sua acidez,
era ao mesmo tempo impossível de entender,
foi intenso em tudo que fez,em tudo disse,em tudo que sentiu,
porque jorginho era mesmo um poeta,
porque viveu e amou,não como você e eu,
mas viveu e amou com a alma,
como só os poetas são capazes de fazer!


Eu tive o prazer de conhecer jorginho,por que ele morou muito na minha cabeça,e vai continuar morando,mas agora vocês tem o prazer de conhecê-lo,e de deixar ele morar um poquinho em vocês,também.


quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Cabelos em meio flores no lençol.

Hoje meu silêncio te diz,menina,
tudo aquilo que as palavras emudecem.
Hoje meu silêncio te fala,menina,
todos os sons que o medo cala.
Hoje meus braços te negam,
os dizeres que os olhos já me cegam,
e meus beijos menina,
calam todos teus desejos.

Aquele lençol,
o travesseiro de cetim,
a cama posta,
a seda,
o perfume do sabonete,
cabelos em meio flores no lençol.

Mas hoje não,menina,
hoje eu troco toda nossa paixão,
por um adeus no portão,
e toma aqui esse anel,
que já me aperta muito os dedos,
pega nosso retrato,e deixa na gaveta,
e deixa-me ir,
e deixa-me perder,
e deixa-me entregar meu querer
pro bem querer que menos me merecer,
pro bem querer que silencie todas as minhas dúvidas,
e que eu deseje por tudo,voltar pros teus lençóis.

Mas guarda,menina,

o travesseiro,a ceroula e acerola,
guarda,meu chapéu,minha cartola,
a carteira do meu cigarro preferido,
aquele sonho contido,
o beijo escondido,
e deixa a cerveja sempre gelada,

que tu serás sempre a minha amada,
bota a mesa,
põe a cama,
se perfuma,
e bota sempre aquele meu vestido preferido,
e assim como o teu sorriso,
não ouse usá-lo com mais ninguém.
que eu vou,é doído

que eu vôo,mas eu volto,
volto pra aquela moça bela,
pra aquela casa amarela,
e toda nossa casa será nosso mundo,
e depois do adeus mais mudo,
sussurarei,menina,
aqueles versos de vinícius apenas em tem ouvido.

ps1: machista,né? se fosse pra mim eu picotava na cara.
ps2:alguém mais tá roendo as unhas e arrancando os cabelos com essa reforma ortográfica?
eu sempre fui boa em ditado,pô,que injusto,a pessoa depois de véia.deprimi,total.
ps3: caros poucos leitores,eu não consigo escrever respeitando rima e métrica nenhuma,vai de bolo mesmo,até porque : "é melhor escrever para si mesmo e não ter público do que escrever para o público e não ter a si mesmo" (Cyril Connoly)
ps4: eu não faço a menor de quem é Cyril Connoly,fia.
ps5: muito amor e pouca lama nesse recinto!