sábado, 2 de maio de 2009

Nunca mais a primavera.


-Eu quero alguém.
Alguém que me olhe com os olhos puros de ardor e de desejo
que deite suavemente meus cabelos sobre os lençóis
e que eu possa sorrir tão sinceramente quanto eu posso respirar,
e que em seguida eu vá embora sem nunca conseguir esquecer o cheiro daquelas paredes
me chamando praquele calor,
e aquela luz entrando pela brecha das cortinas amarelas cheirando à lavanda
E nem era primavera,
nunca mais será primavera.
Eu não tenho medo de nada.
Muita coisa me assusta, mas eu já não tenho medo de nada,
quando a gente não tem medo, a gente fica forte, e perde os motivos de ter medo.
Eu sou forte, não perco nada, e minto pro medo.
Que eu possa ir,e que a saudade nunca possa me assombrar
ainda que eu sonhe em voar,
e eu vou voltar.
Sem medo da saudade.
Nunca mais será primavera,
mas eu sempre vou ter aquela tarde e aquelas cortinas,
por que eu não tenho medo de nada,
nunca mais será primavera,


por que a primavera mora em mim,
e eu já nem moro mais em mim.






ps: eu até tento jogar lama, areia, grude, no amor, mas ele me persegue.