segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Tô te explicando pra te confundir

Quanto mais me despedaço
despetalo
mais floresço.
Quanto mais me desperdiço 
me recrio e reinvento
[toda vez que eu me perco além de margens retilíneas das possibilidades prováveis
é quando acabo me achando dentro do fundo da íris de um olhar alheio além mar.]
copo vazio cheio de ar
transpareço translúcida aurora que ainda assim não consegue não ser mistério e num impulso magnético de cair: voar!

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Elétrica Cidade

Pombos se equilibram de modo perene nas linhas retas dos postes
e ainda assim se quedam alheios a eletri.Cidade

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Redoma

Sonhei contigo.
Te vi distante, em absoluta incongruência.
Te vi através de uma vitrine,
teia, porta de vidro do tempo.
Todo cambia,
tudo muda,
e corre como o fluxo das águas doces.


segunda-feira, 13 de julho de 2015

Liberdade

Toda liberdade requer um tanto de solitude, e outro tanto de solidão.

quarta-feira, 3 de junho de 2015

O florescer que cabe num desnascer.

Hoje talvez eu pudesse escrever o verso mais dolorido da minh'alma.

Hoje, quando a calma me inunda tamanho é o desespero perante a dor que anestesia.

Se nascer dói, vos adianto que morrer um bocadinho por dentro estando viva, também.

O balanço é um só: vastidão, solitude.
O vazio irriga minhas veias onde pulsara tanta vida.
E pulsa! sempre pulsará.

Ventre que carrega a vida.
Vida que carrega o ventre, feito o curso de um rio.

Aos desejos da mãe maior: entrega.
Observo o leito que espera
o leite que seca, e as lágrimas que correm.

Na seiva encardida mergulho,
e já de volta a superfície: enfim respiro, e renasço.

Tal qual num parto para dentro: a vida vibra aqui,
e aqui há uma fêmea que ao passo que despetala,
desabrocha ainda mais formosa. firme e plena.