domingo, 11 de outubro de 2009

A moça, a laranja, e a janela. 03/10/09 17:29

Parecia um domingo azul, mas era sábado.
Era tão azul que parecia domingo de um mês sagitariano.
E algo atraía a moça da laranja pra janela.
Não sei se era o azul, ou a vontade do domingo,
ou se era docemente saudade insaciável.
Nunca pensara contudo ser tão forte a força do pensamento,
só depois viu que era forte por aquilo em que pensava ser aquilo que sentia,
e sentia que o amava.
Amava sem saber oque era amor, não era tão pretensiosa assim.
Amava por que era o signo utilizado para definir vontades que se assemelhavam ás suas.
Amava e pensava no quanto ele era sensível,
e o quanto era leve e livre tudo que sentia,
e era tão despretensioso que poderia sentir pelo resto dos seus dias...e depois...
Pensava com tanta intensidade que não sabia se estava com os olhos para dentro ou fora de si, mas o via.
O avistou descendo sua rua,com sua áurea de tanta luz.
A moldura azul suficiente para provocar seu olhar poético sobre si mesma.
O amava em segredo, mas o céu imenso sabia.
E era de uma pureza improvável,
honesto como não caberia ser na sociedade enferma da modernidade.
Mas o amava, e o fazia com a força bruta dos jasmins.
Naquele sábado azul, o sol se pôs mais cedo.
E o céu alaranjado pariu a lua com muita pressa.
E a moça da laranja preferiu contemplar a rua e não a lua...