quinta-feira, 29 de maio de 2014

Anatomia às avessas

Fazer parte de uma história
registrado feito fotografia

Retrato emoldurado
na parede da memória afetiva
Gravado nos devaneios da licença poesia

Paredes dessa casa-ninho
onde só pousam pessoas-passarinhos, 
A decretar a leveza de suas asas:

Amor liberto que nada pede e tudo entrega.

Eu não sou uma pessoa que carrega um sentimento.
Eu sou esse sentimento, que, por acaso
E não mais que transitoriamente,
carrega uma pessoa.

Porque corpo falece, amor floresce.

sexta-feira, 2 de maio de 2014

Manifesto atemporal

Homem, animal insano
E no auge de sua insensatez
Diz que seu tempo não cabe no ano.

Natureza, plena e serena
Vive o mesmo tempo
No mesmo compasso e ritmo
Na mesma dança cósmica
Que o berço do universo,
que a nascente da beleza.

Homem, bicho que vive de artifícios
Inventou o relógio
O calendário e a agenda
Pra assistir com satisfatório sofrimento
Seu tempo morrer de vícios.

O homem cria o tempo pra perder
Quanto mais tempo se tem pra passar
Mais tempo se anseia ter pra matar
E a natureza, moça bonita e sempre florida,
Passa os dias a colorir, perfumar e contemplar.