domingo, 8 de janeiro de 2017

Poesia para Vênus em Câncer

Analiso minuciosamente a geografia deste nosso desencontro: outrora tão conexo e aqui neste momento deveras convexo e eu sigo na busca de consultar os astros as auroras e a atmosfera metafísica que nos rodeia. Já consultei cartas de tarô búzios e ciganas já busquei ler até a planta dos teus pés já que a leitura das palmas de tuas mãos nada me revelou. É parece mesmo que o cruzar de nossas calçadas fora mais um destes fenômenos intrínsecos aos anos bissextos e noites de super lua em escorpião ou a última quimera do fim dos mundos onde lá fora tudo explode e aqui dentro reina a paz e o calor de um fogo que não queima mas arde. Na verdade bem verdade meu peito de sal de frutas anseia uma pista de se e quando tua nascente desemboca em minha boca e no beijo do mar do meu prazer mesmo que seja pra depois como se derretesse ou como se fosse diluído e evaporasse apenas seguisse em perene fluidez pra nunca mais voltar que seja ar só pra minha poesia ter um pouco mais do que recordar aos pouquinhos numa rememória prazerosa e ao mesmo tempo dolorida que apesar de machucar eu vos digo: sempre valerá a pena correr o risco de um rabisco doloroso que descende de alquimias genuinamente sentidas com intensidade e calor mostro sempre com orgulho a cicatriz de ser assumidamente de quem sou. Minha.

(terça-feira, 3 de janeiro de 2017)

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