quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Anatomia daquilo que dói

Afronte o véu que te faz humano insano e frágil feito vidro em pedra. Se despeça da tua alma de pura luz e recebe tua corrosiva dor. Aceita quem tu és te perdes de ti se esvai com a corrente ensandecidamente pois depois de um segundo sem inspirar suspirar sussurrar quem tu és? já não és mais ninguém além do que carregas dentro deste peito febril. Como ser humano e não ser fétido? como ser humano e não ser grotesco? quando que no teu íntimo tu cheiras a desprezo. Não não não é bem assim,vos digo: eu te desejo amor. Te desejo ardor. Te desejo querer bem. Mas aceita aceitas e recebas como taça de vinho tinto tua dor tua legítima e imperfeita crueldade onde a cada passo que dás cada faca que empenhas cada gota que escorre nada mais é que tua pequena morte e prazer, teu sombrio prazer que te faz legitimamente e assumidamente humano.

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