quarta-feira, 14 de dezembro de 2011
Madalena.
terça-feira, 6 de setembro de 2011
O mundo inteiro de alguém.
sexta-feira, 12 de agosto de 2011
Fera
"Morena bela
Pra que ser tão bela assim?
Tanta beleza é ruim
Quem te vê se desespera
És uma fera
Não quero te ver jamais
Gente assim Deus é quem faz
E o Diabo é quem tempera
Ah, quem me dera
O teu beijo não ser doce
E se teu semblante fosse
Igual ao da besta- fera
Pura quimera
Morena do traço fino
Por azar do meu destino
Tu não és uma megera
Quem sou, quem era
Já brinquei Maracatu
Hoje eu sou um papa- angu
Com a cara de pantera
Quem te venera
No final fica perdido
Como um vulcão esquecido
No fundo de uma cratera
Olhando a esfera
A cigana me falou
Que se perdido eu estou
Meu destino não se altera
Carrego a fera
Que do céu já estou expulso
E hoje, nem que seja a pulso
Levo pra minha tapera"
Mestre Ambrósio - Terceiro Samba
quarta-feira, 15 de junho de 2011
Cavalo de Troia.
Outrora insinuaste ser nocivo à minha paz,
Idgnada, discordei.
Eras tu, minha paz.
Hoje proclamo:
És essencial a minha paz,
Mas não quando te fazes presente,
A presença de tua ausência,
Tem sido meu presente de paz.
O liame entre
A paz, ausência e presença,
Sutil se faz.
Do mesmo modo que
Nos perdemos entre o que de fato sentimos
E o que nosso imaginário afetivo e poético
Nos leva a crer que levamos dentro.
A distância entre fantasia, e amor carnal,
É a diferença entre a verdade e a mentira,
Depende apenas da ocasião, do interesse e do ponto de vista.
E da cara de pau de cada um...ou de sua competência pra artista. haha!
quinta-feira, 2 de junho de 2011
sexta-feira, 20 de maio de 2011
Das refutações.
antes das coisas serem coisas,
pra gente?
o que é a gente
antes da gente
ser gente
e supor saber o que é,
gente?
o que são,
e o que é,
as coisas
e as gentes?
o que é que a gente sente
antes de saber o que é
s e n t i r,
s e r,
c o i s a,
g e n t e ?
aspiro ver o mundo com os olhos de
um menino
que nunca foi menino,
que nunca foi semente,
que nunca será gente,
nem agente,
nem coisa.
Dedicado a Ian Farias, que verá o mundo com os olhos do amor. Titia.
terça-feira, 10 de maio de 2011
sexta-feira, 25 de março de 2011
Protótipo poético de um adeus.
Um círculo
um ciclo
que abre-se
e fecha-se
Amor
ardor
a dor
adeus
O que de mim
morava em ti
bate a porta
e volta pra casa
Cria asas
pra fazer
de outra flor
nova morada.
sexta-feira, 28 de janeiro de 2011
Flores no semáforo.
Olhou o relógio: 16h10....16h10? Nunca havia olhado pro relógio às 16h10! sempre ás 16h, 16h15..mas não, dezesseis e dez, definitivamente, jamais! uma cidade, uma avenida, um mundo de pessoas e idéias transitando sem saber direito pra onde nem porque, apenas indo por dever ir, sem parar pra pensar no sentido que isso faz ou deixa de fazer...até porque se fosse assim...na cidade nem mais um passo.
Pra onde vai tanta gente?
estranhos enfileirados,
uns bem juntinhos dos outros,
se encarando por não haver fuga,
e almejando escapar pelas janelas,
pelo menos nos pensamentos e num pouco mais de ar.
Nenhum deles está ali. Estão ontem, estão na sexta-feira, nos braços de seus amores, ou brincando com seus filhos. Nenhum está sentado ou de pé num ônibus lotado às 16h10. Atropelando-se os pensamentos fluem e os sentimentos fogem. Os sentidos não, estes permanecem vivos: doem as pernas, doem as costas, o corpo pede por tudo um pouco de sossego. E a cabeça? corre bem mais que o fluxo da metrópole.
Pra onde vão todas essas pessoas no mesmo sentido sem sentido algum? enfileirados, seguindo o mesmo destino em viagens tão diferentes. Parecem ter tudo em comum, mas são meros desconhecidos se aturando no mesmo espaço físico numa temperatura típica de fim dos tempos. Como sobreviver com toda gentileza e poesia diante do caos? opressão, opressão. Parece que todos querem o mesmo, e porque, sendo tantos não conseguem? tão difícil prosseguir.
Pouco a pouco, todos os guerrilheiros urbanos serão substituídos...e o que é que vai ficar? poeira. O que fica é poeira, e todo o desgaste será em vão. E a vida? ninguém para pra pensar nela, apenas vai-se sobrevivendo. O que somos, sentimos? finalmente, porque? pra que? a placa diz que a rota é esta, mas onde levará as escolhas individuais que são cada dia mais individuais? o que é uma sociedade evoluída? passar pelas ruas e ver rostos embaçados e pessoas sem nome? Caríssimos, os grandes dizem que a cidade parada tornará o mundo um caos. Mentira, se parássemos pra escutar o coração bater e o ar entrar e sair dos pulmões, se parássemos de correr só pra pensar no porque e pra onde corremos... a vida é um minuto dentro da explosão cósmica, somos meras formiguinhas inventando regras e necessidade. Parados... e a cidade florirá, voará!
Ps: viver é sonhar,
sonhar é florir por dentro,
e extrair do trânsito poesia...
sábado, 1 de janeiro de 2011
Nem verso, nem reverso, nem inverso.
não tem forma pré-definida:
é ressonância aleatória
de vibração de cachoeira
que se soma a águas outras;
nascente todo dia.
Do fluxo
que se faz;
da permissão da geografia,
seu desenho.
Não para a nascente, de nascer,
não pede licença para isso:
movimento é sua vida.
Ainda que a geografia
escolha seu desenho,
será sempre
vibração aleatória,
ressonância de cachoeira,
fluxo do que nasce todo dia.
Incondicionalmente.