quarta-feira, 8 de outubro de 2008

O que chorava,e o que chovia.

Lia lia seu olhar
nos vidros em cacos
Amores sem sentido
e em dores já doídas de doer.

Ninguém lia a dor de Lia,
e ninguém sabia que ela sofria
muito além do que podia.
Sofria por todos que nem mais sabiam
o que era a dor,
de tão calejados os corações.

Mas ninguém lia a dor de Lia.
Lia só chorava de dia,
e em dia que chovia.
E era por isso que ninguém percebia
o que chorava,e o que chovia.

Só quem um dia tocou
seus lábios salgados de tanta dor
leu o que Lia sentia
e viu o que ninguém mais via.

Viu que Lia lia
muito além que todos nós
lia todas as dores
de todas as vidas vividas
os sentimentos de uma nação coletiva.

E reunia num só pranto
o penar de todo o viver
dos meninos cinzas das ruas
das ruas de Recife.

Lia chovia quando o céu chorava.
Porque só a chuva era da proporção de sua dor.
E só algo como a chuva traria o seu fim
por deitar-se igualmente sobre todos nós.

3 comentários:

Unknown disse...

ninguém lia. lindo, meu amor.

Katarine Araújo. disse...

tu lê.

Narja disse...

huauhuhau

Não pare de escrever!!!

xD

eu axo q vou retomar o piazzoleando tb...