segunda-feira, 26 de abril de 2021

Gosto de sol

 "Eu já estou com o pé nessa estrada

Qualquer dia a gente se vê
Sei que nada será como antes, amanhã

Que notícias me dão dos amigos?
Que notícias me dão de você?
Alvoroço em meu coração
Amanhã ou depois de amanhã
Resistindo na boca da noite um gosto de sol"


Na certeza de que nada será como antes, me agarro ao gosto de sol. Nenhum de nós sairá dessa experiência pandêmica parecidos com o que éramos antes. E não estou aqui romantizando a experiência pautando uma ilusão de evolução coletiva. Falo em não ser como antes, e isso implica em processos diversos.

O que importa é o gosto de sol. Sinto saudades de quem fui, do que vivi, e que sei não viverei igual. Mas no fim das contas sempre foi assim, né? que garantias de permanência temos diante do espanto da vida, que é, substancialmente impermanente? Nada nunca é igual, permanecendo o mesmo. 

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