Hoje talvez eu pudesse escrever o verso mais dolorido da minh'alma.
Hoje, quando a calma me inunda tamanho é o desespero perante a dor que anestesia.
Se nascer dói, vos adianto que morrer um bocadinho por dentro estando viva, também.
O balanço é um só: vastidão, solitude.
O vazio irriga minhas veias onde pulsara tanta vida.
E pulsa! sempre pulsará.
Ventre que carrega a vida.
Vida que carrega o ventre, feito o curso de um rio.
Aos desejos da mãe maior: entrega.
Observo o leito que espera
o leite que seca, e as lágrimas que correm.
Na seiva encardida mergulho,
e já de volta a superfície: enfim respiro, e renasço.
Tal qual num parto para dentro: a vida vibra aqui,
e aqui há uma fêmea que ao passo que despetala,
desabrocha ainda mais formosa. firme e plena.