Um transeunte
e seu tabaco
que fuma, traz, e traga,
e ao fim
o lança ao asfalto
e o vento amigo
que não traz, mas traga,
e o leva.
quinta-feira, 29 de novembro de 2012
quinta-feira, 11 de outubro de 2012
Uno no verso, universo.
Sartre diz: a angústia
é fruto da nossa consciência de finitude
Pra mim é tudo culpa
da primeira explosão cósmica
que nos rompeu, partiu,
dividiu em milhares de partículas
e nos encheu de uma
necessidade infinita de completude
Uma bomba de estrelas
que nos tornou matéria e nos desafia
todo os dias a crer que
ainda somos todos um, uno no verso,
juntos no ventre do
universo.
Nosso trauma vem do
parto primeiro!
Da galáxia que nos cuspiu aqui.
Vivemos numa intensa e
verdadeira busca por completude, autoconhecimento,
compreensão!
Liberdade! Igual a que tínhamos na placenta do espaço...voando,
dançando, em perfeita
sintonia, em perfeita harmonia, em equilíbrio e paz.
Prontos pra
conhecer um planeta por aqui, uma estrela cadente por lá...
dormir na
lua e acordar nos anéis de saturno.
Nossa angústia não é
tema pra psicanálise,
é tema pra astrônomo.
quinta-feira, 19 de julho de 2012
Chuva no sertão
O mistério da semente,
o mistério da flor.
Da chuva que vem sem marcar data,
da terra fértil embaixo dos nossos pés.
o mistério da flor.
Da chuva que vem sem marcar data,
da terra fértil embaixo dos nossos pés.
Tempos secos no sertão,
da alma ou da mente,
e aquela vontade de dizer
só de dizer,
exprimir, semear,
um tal de não se sabe bem o que,
nem como ou porque.
Voa leve, passarinho,
pousa aqui em minha mão,
mas me mostra como eu faço
pra falar pro povo todo
a festa que que tu fazes em meu coração!
Chove fruto,
pousa ao solo,
cajus amarelos,
adoçam a boca da moça
do vestido de chita,
da flor no cabelo,
e aurora no olhar.
Que venham tempos de colheita!
da nova safra de palavras
até então guardadas no solo da alma,
em gestação ansiosa do nascer.
quinta-feira, 31 de maio de 2012
Eu não sou daqui, nem vim pra ficar.
Eu acho que a resposta é: eu
tenho mania de sentir. Mania, sede, vontade! Sentir de todo o coração, até a
última gota, o máximo e mais forte que puder. Um turbilhão de sentimentos me
florescem e iluminam a alma. Me admiram o peso e a responsabilidade empregada a palavra:
amor. Por que se pode (e deve) amar um toque, um abraço, um simples gesto de alguém ou algo nunca visto.
O amor está espalhado em gotículas pelo ar, raiozinhos de luz, nas folhas
dançando no ar e caindo no chão. Numa música, num livro que alguém escreveu há
tantos anos atrás que não faz idéia de quem o está lendo e ao mesmo tempo
decifra tanto aquela alma. Um lugar. Idéias, ideais, vozes, toques,
retinas, cabelos, pés, admiração! Um sorriso, uma rede na varanda, o sol entre as cortinas. Ama-se todo e tudo e o quanto puder, e sempre
se pode mais porque tanto há ainda pra amar quando se está aberto, receptivo
pra isso. Despretensiosamente, sem pé atrás. Em um mundo onde o amor é responsabilidade, peso e mais uma tarefa na
agenda de pessoas ocupadas que não tem tempo nem disposição para tal...a sensação
que eu tenho é uma só: eu vejo o mundo pelo lado de fora.
"Você não pode deixar ninguém invadir o seu jardim para não correr o risco de ter a casa arrombada."
Maiakovski
"Você não pode deixar ninguém invadir o seu jardim para não correr o risco de ter a casa arrombada."
Maiakovski
quarta-feira, 30 de maio de 2012
Maria que amava josé, e os juros do cartão.
Maria amava josé. José disse que só voltava pra Maria se ela emagrecesse. Maria comprou um tênis e roupas de malhar em 12x no hipercard. Como diz a bela canção: entrei na academia, malhei, malhei. E josé não voltou. Maria, pobre maria, pra ti fica a lição: nada na vida é perene, só as parcelas e os juros do cartão.
terça-feira, 10 de abril de 2012
Movimentos de palavras livres.
É com imenso prazer que eu vos apresento CASTANHA MECÂNICA! projeto lindo, do meu querido amigo, ébrio e poeta, fred caju (editor do meu e-book Domingos Azuis e outros dias nublados), que já está bem acomodado no leito deste projeto aqui! Levando em conta que escrevo totalmete despida de forma, métrica e rima, e que dispenso qualquer modo de controle ou moldura para a escrita (já nos basta as feitas involuntariamente), é por isso que o faço através de suas próprias palavras, com muito orgulho e votos de sucesso, pela dança livre das palavras:
"Castanha Mecânica é um projeto que
visa à livre distribuição e divulgação da poesia através da organização
dos poemas em forma de e-book. Toda e qualquer reprodução, parcial ou
integral das obras que aqui se encontram são autorizadas pelos autores,
desde que a autoria seja devidamente atribuída.
Buscando outro caminho fora do mercado editorial, e, a
descobertas de novos nomes da poesia, nos disponibilizamos a uma
“prestação editorial” que culmina em livros virtuais que podem ser
baixados diretamente do nosso acervo.
Acreditamos em uma poesia livre, não apenas em sua
forma, estrutura ou temática, mas em sua propagação. Abominamos qualquer
burocracia desnecessariamente criada como empecilho para a publicação
dos poemas. Aos que assim acreditam, convidamos para acompanhar nossas
atividades, baixar nossos e-books e até participar do projeto com os
seus próprios poemas através de uma construção dialogada de novas formas
de divulgação da poesia.
quarta-feira, 4 de abril de 2012
Vibração aleatória, ressonância de cachoeira.
Talvez eu apenas tenha me cansado. é, cansado. cansada de rodopiar com meus sapatinhos vermelhos e minhas saias coloridas, sempararsemparar.
Talvez eu tenha cansado dessa busca incessante por ser aquilo que eu nem sei, por querer tanto e ao mesmo tempo nada. Cansei de ser Lia, Jorginho, Inês, Ernesto ou Madalena.
Cansei de cortar os cabelos como grito de desapego. De transgredir!
Simplesmente o desassossego foi embora, como se o pássaro da janela finalmente tivesse conseguido me dar seu recado de amor. De cara e alma limpas.
Novos tempos, novas linhas, novos gestos e palavras dançarão em também novos e doces ares!
Namastê!
terça-feira, 20 de março de 2012
Encontro e silêncio.
Quando o processo interior é denso,
As palavras moram.
Por Sidarta: ''esvaziar-se de si mesmo, até cessar de ser um eu''
E quando o ego vai se esvaindo, ainda que pouco...expressar-se torna-se em vão.
Viva o silêncio do encontro. Viva o vazio de estar pleno de si.
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